→ Inicialmente, a célula passa a apresentar imortalidade replicativa, graças a secreção da telomerase, enzima que regenera os telômeros, permitindo a multiplicação infinita das células.
Depois, a estrutura celular expressa a instabilidade no genoma, quando o mesmo passa a suportar uma quantidade exagerada de cromossomos em seu núcleo, além de reduzir a quantidade de genes supressores de tumores.
Em seguida, a célula perde genes supressores, como o retinoblastoma RB e o p3, o que permite a passagem das mutações pelo ciclo celular.
Durante esse processo, a doença apresenta apenas as células com pequenas mutações.
→ Outra característica que a célula passa a apresentar é a resistência à morte celular ao superar a apoptose (morte celular após a detecção de danos no DNA), através da regulação de proteínas pró-sobrevivência.
Depois disso ocorre a sustentação de proliferação das células, com a grande quantidade de oncogenes e a falta de genes supressores no interior da célula.
Em seguida, as células sofrem alterações em seu metabolismo ao encontrarem novas formas de obter energia e sustentar a proliferação.
→ Outro aspecto que a célula apresenta durante o desenvolvimento da doença é a resistência à destruição imunológica, devido a presença da proteína ligante mortífera 1, capaz de proteger-se contra o ataque dos linfócitos.
Depois disso, as células sofrem inflamações promotoras de tumor, o que pode liberar substâncias químicas no microambiente tumoral e, consequentemente, causar mutações, acelerando a formação do tumor.
→ A indução da angiogênese é o processo seguinte. Esta etapa corresponde à formação de novos vasos sanguíneos, a partir dos já existentes, para suprir as necessidades das células cancerígenas. Como esse ato não é natural , os vasos recém formados podem ser mal feitos e vazados, permitindo assim, que as células tumorais saiam em direção à corrente sanguínea.
A última característica que envolve as células cancerígenas é a ativação de invasão. As células cancerosas invadem o tecido vizinho ao romper com a matriz celular (conjunto de moléculas que formam uma estrutura de suporte para as células epiteliais, tecidos e órgãos).
→ Após todos esses aspectos, chegamos finalmente no processo mais preocupante de todo o desenvolvimento da doença, a metástase.
A metástase é o processo que corresponde a saída das células tumorais de um órgão primário, para um órgão secundário.
O processo de metástase é caracterizado por uma sequência de etapas, onde as células precisam crescer até atingir um tamanho suficiente para a metástase, passar pela angiogênese, induzir a movimentação das células em momentos inadequados, invadir e romper a matriz extracelular, intravasar um vaso sanguíneo, sobreviver na circulação sanguínea, extravasar em um local secundário e desenvolver o tumor neste segundo local.
→ Ao atingir um local secundário as células podem ter dois destinos, desenvolver o tumor secundário normalmente ou entrar em estado de dormência, isto é, a célula passa a ser inativa, sobrevivendo sem multiplicar-se por tempo indeterminado. Porém, essa dormência pode ser reativada a qualquer momento e a razão disto ainda é estudada pela oncologia.
→ As células que crescem e sofrem metástase formam um tumor maligno. Já as células que crescem somente até um certo ponto e não sofrem metástase, formam um tumor benigno.